O menino de sua mãe

Hoje em tom de brincadeira lembrei-me de um dos poemas que andam (quase) sempre comigo e da história que o envolvem.

O menino de sua mãe

No plaino abandonado
Que a morna brisa aquece,
De balas trespassado-
Duas, de lado a lado-,
Jaz morto, e arrefece.

Raia-lhe a farda o sangue.
De braços estendidos,
Alvo, louro, exangue,
Fita com olhar langue
E cego os céus perdidos.

Tão jovem! Que jovem era!
(agora que idade tem?)
Filho unico, a mãe lhe dera
Um nome e o mantivera:
«O menino de sua mãe.»

Caiu-lhe da algibeira
A cigarreira breve.
Dera-lhe a mãe. Está inteira
E boa a cigarreira.
Ele é que já não serve.

De outra algibeira, alada
Ponta a roçar o solo,
A brancura embainhada
De um lenço… deu-lho a criada
Velha que o trouxe ao colo.

Lá longe, em casa, há a prece:
“Que volte cedo, e bem!”
(Malhas que o Império tece!)
Jaz morto e apodrece
O menino da sua mãe

Fernando Pessoa

Anyone can be passionate..

Ora aqui vai algo que é arriscado e não costumo fazer. Gostava de saber opiniões acerca desta frase. Verdade? Mentira? Depende? De que?

Para mim é verdadeira. Talvez porque me define ser assim.

Stop and hear the music

Washington, estação do metro de DC numa manhã gelada de Janeiro. Um homem com um violino toca seis peças de Bach durante cerca de uma hora. Durante esse tempo passaram cerca de 200 pessoas pela estação em direcção ao seu respectivo trabalho.

Uma hora depois ele parou de tocar e fez-se silencio. Ninguém reparou. Ninguém aplaudiu ou reconheceu.

Ninguém sabia mas o violinista era na realidade Joshua Bell, um dos melhores músicos do mundo. Ele tocou das melhores peças alguma vez escritas, num vionino avaliado em 3.5 milhões de dólares. Dois dias antes, os bilhetes para ver Joshua Bell em Boston e custavam 100 dólares cada um.

Andamos cegos. Surdos. E só não somos mudos quando é para dizer asneiras.

Viagens no tempo

Hoje foi dia da anual visita à Feira Medieval em Santa Maria da Feira. Ultimo dia da feira e portanto muita gente na área. Juntou-se um pouco de calor e então ficou a equação completa! Mas desta vez fui inteligente o suficiente para levar a minha máquina!=)

Aquilo é apaixonante! Não há muito a dizer senão VISITEM!

O castelo lá ao longe. De onde tirei a foto até ao castelo - é esse o tamanho da feira.

Muita música!

Muitos cavalos e cavaleiros!

Um ambiente verdadeiramente medieval!

=)

Ainda 39

Apesar de ainda serem 20:30, o dia já me parece longo.

Após uma noite mais ou menos dormida e um "levantar cedo e cedo erguer.." fiz-me à estrada de novo em direcção à rica Bila. Levava companhia com o mesmo propósito que eu, desencalhar esta vida e tomar um novo rumo. Chegadas à (nunca) bela secretaria deparamo-nos com pouca gente o que nos deixou bastante contentes, visto que a capacidade de despacho das sras não é muito elevada. E é aqui que se vêem as diferenças nas capacidades de trabalho de cada um e o gosto com que se fazem as coisas.

A minha companhia foi à minha frente. Ficou bem servida. A sra cumprimentou-a com um sorriso e quando verificou que estava em falta um documento para avançar com o processo descansou a minha colega "Tudo tem solução menins, menos a morte.". Muito bem dito já agora! Em 2 minutos ela estava despachada.

Mas entretanto eu fui chamada por outra sra que tinha ficado livre. Azar dos azares. A sra tinha uma cara que metia medo (não, não podia estar a ter um mau dia! É sempre assim. Ou se calhar os dias são todos maus!). Cumprimentou me e eu disse ao que vinha. Apresentei os documentos que tinha (por esta altura já sabia que me faltavam dois) e ela disse "O atestado entrega só na matrícula!". Tive vontade de responder "Mas a minha colega entregou.." mas nem tive tempo porque a própria adiantou-se. A sra lá ficou com o atestado. "A sua ficha ENES?". Neste momento é importante um flashback. Há coisa de quinze dias já lá tinha estado e perguntado a uma das sras se era necessário (especificamente) a ficha ENES. A resposta foi negativa. Voltando ao nosso filme. "Não, disseram-me cá que não precisavam porque tinham no meu processo". E depois de alguma insistência ela lá foi. Voltou com a ENES na mão e agrafou-a ao processo imediatamente.

Por esta altura já a minha companhia estava preocupada porque não tinha havido todo aquele alarme com o requerimento dela. "Eu não entreguei esse documento e a sra que me atendeu não o agrafou, não há problema?" "Não" "Ah ok! É só para não andar aí perdido!"(foi dito em tom de brincadeira) "Acha? Então os processos que estamos a tratar também se vão perder é?".

Alguém quer comentar? Eu abstenho -me.

Agora é só esperar..e esperar..e desesperar..

Dia 39

Começa portanto hoje a minha contagem decrescente. Uma espécie de dois em um pode dizer-se. Em 39 dias saberei se me espera mais um ano de canseira sem gosto ou se pelo contrário poderei começar a ter algum gosto naquilo que ando a fazer. É também uma contagem decrescente para te ver (é apenas uma esperança ainda eu sei, mas acredito =)).

Só espero que as notícias sejam boas e que estejas comigo para podermos celebrar as duas!

Hoje (sim, porque já se faz tarde) espera-me uma viagem até à minha Bila e portanto já estou a roubar horas ao sono, vai daí que..

Kim off

=)

Porque é que quando somos carinhosos e ternurentos toda a gente quer que sejamos menos "lapas" e menos lamechas e quando nos tornamos mais duros nos dizem que somos frios como pedra?

Nunca ninguém está bem com o que tem..

Lembro-me dos muitos "chega para lá" que me deram e que me levaram a nunca mais mostrar o lado "mais quente" a ninguém. Só que o nunca mais é mais curto do que o que pensamos e voltamos sempre ao mesmo. Não vale a pena dizer "vamos ser assim", somos o que somos.

Sem retracção..

Things you need

=)

"Sem projecto, o destino escapa-se das mãos como um papagaio em dia de vento"

Para os que acham que fazer planos é uma perda de tempo com a justificação de o futuro ser incerto.

Love

Esperas

"Esperas inúteis.

Esperas que apenas servem

Para abrigar a saudade.

Saudade que se esconde

Da chuva que te escorre pela face,

Esperando,

Pacientemente,

Dias mais quentes."

Daft Hands

Há coisas que na sua loucura roçam a genialidade.

Abres os olhos e as lágrimas escorrem-te pela face.
Porque choras? Nem tu sabes se tens razão mas sabes que a razão é forte, porque te dói..dói-te em sítios que não estão em qualquer lado.
Olhas-te ao espelho e nem te reconheces. De quem são esses olhos cansados, inchados, feridos pela luz e encharcados? Fecha-os, não te olhes mais, tu não és assim.